Zoomlion quer retomar mercado de guindastes e expandir linhas de equipamentos no Brasil 

Guindaste ZAT3000V, da Zoomlion, com lança principal de 7 seções em formato “U” com altura de içamento de 80 m, até 112 m com jib (foto: divulgação).

A fabricante chinesa Zoomlion está otimista com o mercado brasileiro de equipamentos. Após retomar as operações no Brasil com equipe própria em 2020, a empresa estuda formas de reconstruir o market share no setor de guindastes, mercado onde já foi uma das principais fornecedoras no País. 

Para isso, a empresa tem investido em capacitação técnica de equipes de suporte, além da logística de distribuição de peças. A ideia é focar no pós-venda, trazendo valor ao cliente, enquanto também traz equipamentos mais potentes e até elétricos ao Brasil. 

Ricardo Bertoni, vice-diretor comercial da Zoomlion, entende que o mercado de guindastes é competitivo por aqui, mas acredita na força da marca. Segundo ele, a questão maior é quebrar o paradigma das fabricantes chinesas, ainda deixadas de lado a favor de empresas norte-americanas, europeias e até japonesas. 

A carta na manga da Zoomlion é a aposta em equipamentos maiores, que precisam atender, principalmente, o setor de geração de energia eólica. Como as torres eólicas podem chegar até 120 metros, os guindastes também precisam ter um alcance alto. “As fabricantes ocidentais não conseguem atender esse tipo de demanda, pois já atendem muitos projetos, o que abre espaço para as marcas chinesas”, afirma o executivo. 

Além disso, os projetos de parques eólicos contam com contratos de longo prazo, o que torna o investimento nessa área mais seguro para a Zoomlion. Bertoni afirma que a marca já tem conversas e estrutura um plano para trazer esses equipamentos da China para o Brasil. 

Mercado de concreto ainda tem sua relevância 

Outro mercado tradicional da marca no Brasil é o de concreto, com a importação de bombas de concreto, já que a empresa não tem nenhuma fábrica no País. Este é um dos mercados mais relevantes da companhia por aqui e cresceu 200% no último ano, se aproveitando, segundo Bertoni, do novo cenário da construção civil, baseada em obras mais enxutas. 

O executivo comenta que a expectativa com o próximo ano se mantém positiva, mesmo com a mudança de governo. Isso porque diversas obras já estão agendadas e precisam ser seguidas, além de que contratos já foram assinados e devem ser cumpridos. E ainda há confiança de que mais obras vão surgir, demandando mais mecanização para suportar a demanda. 

Os equipamentos mais demandados no caso da Zoomlion são as bombas estacionárias e as de lanças (entre 24 a 60 metros). As betoneiras, assim como equipamentos de linha amarela, a fabricante prefere não trazer ao Brasil, já que há uma forte concorrência graças a fabricação local, algo que não está nos planos da Zoomlion por enquanto. 

No momento, a opção da marca é importar tudo da China, impulsionada por uma compensação tributária, diz o vice-diretor comercial. Ele diz que a companhia tem estoque local de todo seu portfólio e capacidade para pronta-entrega. E, caso tenha que vir da China, o prazo máximo é de 120 dias. No caso das bombas de concreto, a empresa até mesmo faz a montagem no caminhão do cliente. 

Plataformas elevatórias: mercado de valor para a Zoomlion 

As plataformas elevatórias são outro mercado importante para a fabricante no Brasil, crescendo 300% nos últimos 12 meses. Esse volume, no entanto, é resultado de uma demanda reprimida, já que esse tipo de equipamento ainda é pouco utilizado no País. “Os locadores tinham dificuldade para aquisições dessas máquinas e com a produção da Zoomlion chegando no Brasil, abriu-se um mercado”, explica Bertoni.

Ricardo Bertoni, vice-diretor comercial da Zoomlion (foto: divulgação).

De acordo com ele, a Zoomlion se destaca no segmento por conta de seus diferenciais, como a opção por baterias de lítio ao invés de chumbo. Ele ainda aponta que, no Brasil, a demanda maior é por equipamentos de até 25 metros, mas o portfólio atende de 8 a 60 metros. 

Por fim, Bertoni comenta que a Zoomlion estuda trazer ao Brasil uma nova linha de equipamentos voltada ao agronegócio, como tratores e colheitadeiras. Nesse caso, porém, a empresa ainda traça um plano para chegar de forma competitiva em um mercado que já conta com bastante competição, incluindo fabricantes locais.

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