Novo cenário de obras públicas aquece mercado para miniescavadeiras

O impacto da mudança de investimento público em infraestrutura também impactou o mercado de miniescavadeiras, segundo a avaliação de Anderson Oliveira, gerente comercial de Construção Civil da Yanmar. Em um cenário de obras menores e com o crescimento de iniciativas em saneamento básico, máquinas menores acabaram se destacando, pois cumprem o papel com mais eficiência e menos gasto de recursos.

Há cerca de dez anos, quando a Yanmar entrou no Brasil, esse tipo de equipamento não tinha muita demanda. Hoje, a procura cresceu bastante e chega a até 1,8 mil por ano – contando as vendas de todos os fabricantes. As regiões Sul e Sudeste são as mais interessadas em miniescavadeiras, pois são mercados mais maduros, afirma Oliveira.

A fabricante japonesa, especializada em equipamentos compactos (de até 11 toneladas), é a líder no Brasil no segmento de miniescavadeiras há mais de cinco anos, com cerca de 50% do mercado, e enxerga que as vendas podem melhorar ainda mais no futuro. O principal desafio das miniescavadeiras é disseminar conhecimento sobre o potencial produtivo desse tipo de equipamento para as construtoras.

O gerente comercial conta que as empresas de construção não têm ideia de como a máquina trabalha e os benefícios que ela traz. “É um exercício de convencimento para que as construtoras façam a troca”, diz Oliveira. Como argumentos, ele faz a comparação de custos entre uma escavadeira convencional e uma mini, já que a segunda consome menos combustível e demanda menor custo de mobilização. O preço do produto também é menor, o que ajuda na hora da aquisição de um novo modelo.

Estratégia de vendas no Brasil

De olho no mercado brasileiro, a Yanmar lançou recentemente dois novos miniequipamentos no Brasil. O primeiro deles é a miniescavadeira Yanmar SV100, que pesa 9.825 quilos e conta com o deslocamento lateral da lança e lâmina frontal, permitindo trabalhos diferenciados. A fabricante defende que a produtividade dela não é muito diferente de uma escavadeira convencional de 12 toneladas, com a vantagem, novamente, de trazer menores custos.

Outro lançamento é a minipá carregadeira Yanmar V3, equipamento com direção articulada, eixos traseiros oscilantes e nivelador automático, que permite a colocação da caçamba uniformemente no chão com apenas um movimento da alavanca. Com 18.2 kw de potência no motor e 2.920 kg de peso operacional, a máquina também possui capacidade para 55 litros de combustível.

A Yanmar também usa como argumento de vendas seu sistema de telemetria disponível para os miniequipamentos. O SMART-ASSIST é uma forma de gerenciar as máquinas de forma remota, através de um aplicativo ou website. Nesse sistema, o cliente tem visibilidade do equipamento e sabe quantas horas ele trabalhou durante um determinado período de tempo e qual o estado da máquina.

O SMART-ASSIST também envia notificações em caso de algum problema com a máquina, apontando códigos de erros para que o cliente verifique, junto ao manual ou à assistência técnica, o que está ocorrendo. O mesmo alerta é enviado para a concessionária que vendeu o equipamento para que ela possa prestar suporte assim que possível. Por fim, o sistema permite até o desligamento remoto do equipamento, em caso de roubo ou uso inapropriado.

Produção local ainda não é interessante

De acordo com Oliveira, os lançamentos são uma forma de aumentar as vendas da empresa no País. A fabricante conta com 22 concessionárias no Brasil e consegue trazer os equipamentos do Japão em cerca de 60 dias. O gerente diz que a demanda ainda é alta e tudo o que chega no Brasil é vendido rapidamente, o que acarreta em falta de equipamentos para pronta entrega.

Isso acontece porque a pandemia não parou o mercado da construção civil ao redor do mundo, enquanto as fábricas precisaram de tempo para se adaptar e continuar sua produção sem trazer riscos à saúde de seus funcionários. Ao mesmo tempo, houve a crise de componentes (falta de peças e até aço), que gerou problemas na cadeia global de suprimentos.

Uma forma de contornar esse problema seria a fabricação local, mas Oliveira diz que a demanda ainda é baixa para sustentá-la. Para que fosse viável uma produção local, o gerente diz que a demanda de todo o mercado precisa alcançar cerca de 5 mil miniescavadeiras por ano. Além disso, o cenário é confortável para a importação, já que não há nenhuma empresa que produza miniequipamentos em território nacional, o que acarreta no não pagamento de alguns impostos de importação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish